sexta-feira, 20 de agosto de 2010

3 parte do conto da montanha das almas



- Você sou eu?...Impossível. – disse Helena.

- Na verdade parte de você. – disse Solara.

- Esta bem, depois de tudo que aconteceu hoje duvidar não é uma opção. – disse Helena.

- Eu gostaria que nos sentássemos que eu vou lhe explicar tudo Helena. – Disse Solara.

- Tudo bem.

- As duas sentaram a beira da cama e Helena agora enxugava as lagrimas que caiam devido ao
seu nervosismo e se preparava para ouvir a maior revelação de sua vida.

- Esta pronta? – perguntou Solara.

- Estou.

- Bem, antes de começar esqueça tudo que você já viu e ouviu, por que o mundo em que você vive não passa de uma prisão para os espíritos que foram expulsos por algum motivo de seu respectivo mundo.

- Então quer dizer que existe mais de um mundo? –perguntou Helena.

- Cinco para ser exato, cada um regido por um dos cinco Deuses, Cius,Odimun,Lurus,Eneon e Flaios.

- E eu pertenço há um desses mundos? – Perguntou Helena.

- Exatamente, todos são filhos de algum desses Deuses e pertencentes há um dos cinco reinos, você é filha de Eneon e foi expulsa por desobedecer a ordens diretas dele.

- Então ele simplesmente me mandou para este mundo? - Perguntou Helena.

- Não simplesmente, seu espírito foi aprisionado neste mundo e condenado há cem vidas humanas e somente após isso você poderá voltar.

- Então creio que esta minha pena já foi cumprida e você veio me levar de volta, estou certa? – perguntou Helena.

- Esta é apenas a primeira delas.

- Mas então como vou voltar? – perguntou Helena.

- Para você voltar será necessário o poder de mais três filhos que foram expulsos como você, encontrar as legendárias lagrimas de Deus e conseguir abrir um portal para o mundo de vocês.

- Sim, muito simples isso então porque não vamos logo?...Solara eu não quero voltar pra lugar nenhum eu não posso simplesmente viver normalmente neste mundo, você lança um de seus encantamentos pra ninguém me encontrar e pronto, você procura os outros e vai embora?

- Não é simples assim... O seu mundo será destruído, um dos cinco deuses ceifará todos os espíritos deste mundo para engrossar as fileiras de seu exercito.

- Tudo será destruído?

- Tudo, sua família, seus amigos e tudo que você conhece, este será um mundo vazio.

- Eu não quero isso, mas como isso pode acontecer assim e ninguém vai fazer nada?

- Eu vou lhe contar uma história das mais antigas, preste atenção.

- Sim.

- No inicio de tudo, existia apenas um Deus único chamado Rés, tudo era mais que perfeito, um mundo de paz e prosperidade as pessoas viviam sem medo, e tendo Rés visto tudo isso, ele pensou que se dividisse a si mesmo em cinco partes ele poderia criar coisas diferentes e povoar ainda mais criando mais mundos, mas assim que ele se dividiu todas as partes tomaram nova forma e pensamentos individuais a natureza do Deus Rés foi reprimida diante das novas cinco formas que ele havia se tornado, mais mundos foram criados para satisfazer a vontade de cada uma dessas novas faces de Rés que eu já lhe contei.Um dia o Deus Cius resolveu que a forma de seus filhos tanto quanto sua forma de governar era superior aos outros Deuses e resolveu que iria dominar e fazer de todos um só mundo regido por ele,então a grande guerra começou, onde Cius fez o reino de Lurus cair e sucumbir as suas vontades, Lurus então para não ser destruído se aliou há Cius e lhe deu energia para seu grande exercito onde o próximo passo foi invadir o reino de Eneon o seu mundo, tudo já estava sendo destruído quando Lurus abandonou o exercito e deixou Cius sem energia, com isso o exército de Eneon conseguiu reagir e levar os invasores até o portal de saída, prestes a serem derrotados o exercito de Cius atravessou o portal, Eneon ordenou avançar até o outro mundo e destruir Cius junto de seu exercito, mas no momento em que eles ia atravessar não só você mas os outros três guerreiros que estavam na Batalha fecharam o portal e não permitiu que o exercito atravessasse.

- E por que eu fechei o portal? – Perguntou Helena.

- Isso eu não sei eu fui separada de você antes disto acontecer, só sei o que todos no reino de Eneon sabem dos traidores de Deus.

- Ótimo também devo ser odiada neste lugar, mas se eu me separei de você é sinal de que eu já havia planejado isso, eu sou mesmo uma traidora então. – disse Helena.

- Não, no momento em que nos separamos você não fazia idéia disso, você inclusive não é capaz de separar seu espírito, você seguiu o conselho de um guerreiro que foi capaz de fazer isso, poucos são capazes disto nos cinco reinos.

- Entendo, mas se eu fui expulsa e você também sou eu, como você permaneceu no outro mundo? – perguntou Helena

- Quando nos separamos eu fui para o reino de Odimun onde não é possível seguir meu espírito já que estou com a essência de Odimun dentro de mim agora e posso restringir a minha essência de Eneon.

- Entendo, mas agora o que vai acontecer? – perguntou Helena.

- Cius está preparando um novo exercito ainda mais poderoso diversas vezes maior que o ultimo, milhões de espíritos estão sendo levados há anos para lutar ao seu lado, por que quando cumprimos nossa pena nós voltamos para o nosso mundo de origem, mas ele esta levando todos para o seu reino através de diversos portais.

- Então era isso que aquele homem na floresta quis dizer com me levar junto dele. – disse Helena

- Exatamente, você possui uma força espiritual muito grande e todo espírito após ter completado vinte anos num determinado corpo, esta força entra em atividade e pode ser usada tanto quanto encontrada em qualquer lugar deste mundo se você não obtiver nenhum tipo de proteção.

- Nossa então é isso faz três dias esta noite que eu fiz aniversário. – disse Helena.

- Tudo tem uma explicação, foi assim que te encontrei e bem cima da hora. – disse Solara.

- Entendo Solara, mas será mesmo que tudo será destruído eu não vejo nada de anormal acontecendo? – perguntou Helena.
Bom, acho que vou ter que abrir os seus olhos para as coisas que estão acontecendo e como tudo funciona neste mundo, um porcento da população retém um riqueza que se fosse dividida igualmente ninguém passaria fome, este método é usado para controlar todos nesta terra para que sofram bastante cada vida aqui passada, e agora os sacrifícios aumentam a cada dia.

- Sacrifícios? – perguntou Helena.

- Sim, tenho alguns exemplos pra você, onze de setembro lhe é familiar?

- Hum, foi à data que dois aviões dominados por terroristas bateram nas torres gêmeas? – perguntou Helena.

- Essa é a versão para quem não quer ver, foi comprovado de que era impossível derrubar as torres com os aviões, não tinham temperatura pra isso e depois foram encontrados andando nas ruas os supostos terroristas, ao vivo um canal flagrou as explosões vindo de baixo antes do desmoronamento, isso foi provocado pelos enviados de Cius para recrutar mais espíritos para o seu exército.

- Não posso acreditar. – Disse Helena

- Acredite eu estou neste mundo há muito tempo aguardando você chegar e vi muitas coisas, desastres “naturais” como a tsunami e o terremoto do Haiti também estão na lista, e isso foi só o começo se não for parado tanto esse mundo quantos os outros irão cair e você é uma das poucas pessoas capazes de mudar esta situação.
Helena estava congelada diante de Solara, ela não conseguia pensar que a sua vida poderia ser tirada de apenas para satisfazer a vontade de um Deus perverso.

- Agora você compreende Helena?

- Compreendo, mas o que eu posso fazer?...Eu sou apenas uma garota normal.

- Você era uma das mulheres mais fortes que já existiram em nosso mundo, o grande problema é que nós teremos de encontrar os outros três que neste mundo estão e abrir o portal para o nosso mundo utilizando o poder das lagrimas de Deus que tem o paradeiro desconhecido

- entendo... Mas é difícil de acreditar. – disse Helena

- Vou lhe explicar mais uma coisa... Em nosso mundo e em qualquer um dos outros quatro as pessoas vivem em harmonia com a natureza, tudo criado por deus de alguma forma é capaz de gerar, multiplicar ou armazenar energia espiritual, até mesmo um pedaço de madeira alterado como um cabo de vassoura.

- interessante.

- Vá até o banheiro e pega uma vassoura velha que está atrás da porta, por favor.
Helena foi até o banheiro pegou a vassoura e retornou para a Solara que continuava a falar.

- Com essa vassoura você pode fazer muita coisa Helena.

- Eu posso voar com ela? – perguntou Helena

- Você anda assistindo muita televisão garota, com tantas utilidades para isto você pensa logo em voar, por hora saiba apenas que tudo é ligado à força espiritual de Deus e de seus intercessores, até mesmo essa vassoura.

- Entendo, mas o que seria estes intercessores? – perguntou Helena

- Deus criou múltiplas maneiras de usar o poder espiritual vindo de sua força quase infinita, e criou também recipientes capazes de transferir um tipo de energia especifica a qual chamamos de intercessores, se você quiser invocar água não é de deus que você irá pedir a força necessária pra isso, mas, sim do recipiente responsável por este elemento.

- Incrível, mas então não posso usar poderes, eu sou humana e pelo que eu saiba humano não tem poderes.

- Não humanos comuns, mas de comum você não tem nada, e existem muitos por ai iguais a você.

- Então eu posso usar poderes? – Perguntou Helena.

- Com um bom treinamento quem sabe? – disse Solara sarcasticamente

- Pirralha metida.

- Quero ver quando você se tornar esta pirralha. – disse Solara.

- Hunf.

- Bem o papo está bom, mas vejamos como você se sai com uma invocação de água. - Disse
Solara

- Invocação de agua?

- Sim, me empreste esta vassoura, nesta prisão é quase que obrigatórios termos algo para multiplicar nossa energia. – disse Solara.

- Você vai fazer agua? – perguntou Helena.

- Espere e verá.
Solara segurou a vassoura em forma horizontal e como da primeira vez, ela começou a recitar uma espécie de poema.

- “Do frio mais intenso ao calor mais escaldante eu invoco o seu poder... AGUAS DE SOLORUM”
Uma bolha de agua transparente se formou instantaneamente a frente de Solara do tamanho da palma de sua mão, Helena ficou maravilhada com a cena e estendeu a mão para tocar a bolha.

- Eu não faria isso. – disse Solara.

- Algum problema? - Perguntou helena.

- Esta agua dependendo do que você desejar ela pode ser extremamente quente ou extremamente frio, pode derreter ou congelar algo.
Solara pegou um pedaço de papel de seu bolso e o encostou na bolha, no mesmo instante o papel pareceu desintegrar.

- Nossa.

- Quer tentar invocar a agua? - perguntou Solara

- Sim, com certeza.

- Repita exatamente o que eu acabei de fazer e se concentre na temperatura da agua que você deseja.
Helena pegou o cabo da vassoura colocou em forma horizontal exatamente como Solara e recitou:

- “Do frio mais intenso ao calor mais escaldante eu invoco o seu poder... AGUAS DE SOLORUM”
Nada aconteceu Helena tentou mais quinze vezes até se dar por vencida.

- Eu me esqueci de avisar que você pode demorar um mês pra fazer uma gota de agua.

- Mas, nós não temos todo este tempo Solara, preciso fazer isso logo.

- Sim, mas, você não estando preparada de nada adianta, tem que treinar muito, em nosso mundo é anos de treinamento.

- Mas eu quero ser forte e agora. – disse Helena

- Mas você não pode.
Helena saiu correndo para o banheiro e se trancou, ela viu uma janela que dava saída para o lado externo e pulou, ela logo se viu em meio há uma pastagem rasteira, o dia estava amanhecendo e olhando para trás ela avistou uma pequena cabana de madeira da qual acabara de sair, mesmo relutante ela continuou correndo pela pastagem e avistou um rio, correu pela sua margem acreditando que daria em alguma cidade, em alguns minutos ela avistou uma mulher de casaco marrom e calças longas, ela foi até a mulher em estado ofegante e perguntou:

- Você sabe onde fica a cidade mais próxima senhora?
A mulher que agora de perto Helena via os seus olhos castanhos e sua cor pálida, lhe fitava como um cão a um pedaço de carne, ela nada disse somente pegou a mão de Helena que começou a ficar com falta de ar e caiu de joelhos no chão enquanto aquela estranha lhe sugava a vida.

- Você também quer me levar para o seu mundo? – perguntou Helena

- Este é o meu mundo e você é apenas o meu alimento de hoje. – Disse a Mulher rindo
Helena agora já estava fria e com os olhos pesados, viu apenas a silhueta de Solara desferindo um golpe contra aquela mulher, ela se sentia melhor agora que a mulher não segurava mais a sua mão, a mulher arremessou uma bola de fogo contra Solara que caiu desmaiada no chão, a mulher rindo ia em direção a Solara que estava a alguns metros de distancia.

- Hoje eu vou me alimentar muito bem – disse a mulher
Helena foi se arrastando pela pastagem até tocar em um tronco de arvore caído, ela se lembrou da invocação e começou a recitar em desespero para salvar Solara:

- “Do frio mais intenso ao calor mais escaldante eu invoco o seu poder... AGUAS DE SOLORUM”
Nada aconteceu Helena Tentou novamente e novamente e não conseguia fazer a invocação.

- Vejo que você não sabe nem uma simples invocação, mas já que está com tanta pressa de morrer eu lhe farei o favor de devorar o seu espírito primeiro. – disse a mulher
Helena não podia acreditar no que estava prestes a acontecer, a mulher vinda em sua direção para acabar com sua vida e ela incapaz de fazer alguma coisa para impedir, sua vida passava diante dos seus olhos, ela percebeu que sempre soube que este momento chegaria seus sonhos quando criança lhe mostrando um mundo inacreditável que ela até o momento não conseguira identificar, uma vida que lhe parecia sem sentido embora tivesse amigos, família e tudo o mais que alguém poderia desejar nada era suficiente e aquela mulher estava prestes a lhe tirar a esperança de encontrar um verdadeiro sentido naquilo tudo.

- Eu não posso morrer aqui, não pra você, não desta forma. – Disse Helena.

- Nem todos os nossos desejos podem se realizar Helen. - disse a mulher.
A mulher agora esta há um metro de distancia de Helena, ela sorria se deliciando com aquela situação enquanto Helena não conseguia aceitar ser morta tão repentinamente, ela deixou que um sentimento raiva com determinação tomasse conta de todo o seu corpo e mais uma vez ela recitou:

- “Do frio mais intenso ao calor mais escaldante eu invoco o seu poder... AGUAS DE SOLORUM”
No momento em que a mulher esticou o braço em direção a Helena o tempo parou tudo ao redor ficou em silêncio e uma luz forte brilhou acima de Helena, a figura de uma mulher azul da cor do mar surgia dentro de um vestido azul cintilante ela pairava no ar e com sua voz em tom suave perguntou para Helena:

- Uma jovem humana deseja o meu poder?

- Sim. – respondeu Helena.

- Eu sou SOLORUM intercessora do elemento espiritual da agua, detentora de um poder que pode destruir tanto quanto ajudar a manter o equilíbrio da vida, você se acha merecedora deste poder?

- Solorum, até poucas horas atrás eu nem sequer sabia que tudo isso existia, eu sempre vivi por viver e sem pensar no que viria depois, mas agora vejo que não posso parar por aqui, enquanto tudo há a minha volta está prestes a ser destruído, eu posso mudar esta situação se você me permitir usar o seu poder eu prometo lutar para manter o equilíbrio da vida que está sendo ameaçado.

- Muitos já me pediram este poder e tentaram me convencer de muitas maneiras jovem garota, esta história não me convence.

- Olhe para aquele lado, ali existe uma garota que se diz parte de mim, e através dela eu pude aprender um pouco sobre a verdade que me foi tirada, eu não vou permitir que ela morra e não admitirei a minha morte neste lugar, eu não quero usar o seu poder para proveito próprio, mas para salvar as pessoas, Solorum eu lhe imploro.
Os olhos de Helena ardiam como fogo, Solorum olhava para aquela expressão determinada e percebeu que aquela menina falava a verdade.

- Pois bem, jovem garota, você me mostrou mias uma vez ser merecedora de meus poderes mesmo estando nesta forma humana, faça o melhor... Solara. – Disse Solorum
A mulher desapareceu no ar como havia aparecido, o tempo agora voltara ao normal e a mulher estava prestes a tocar em Helena.

- Acabou garota.

- Não mesmo... “AGUAS DE SOLORUM”
Uma bolha dez vezes maior que Helena surgiu acima de sua cabeça, a mulher vendo que ela conseguira completar a invocação começou a correr na direção oposta, mas Helena com os olhos brilhantes como estrelas falou:

- Eu lhe desejo o frio mais intenso.
A bolha foi arremessada contra a mulher que ao ser tocada congelou instantaneamente e toda a pastagem ao seu redor num raio de dez metros, o impacto foi tão forte que a vibração estremeceu toda a terra por quilômetros, Helena foi em direção a Solara e a levantou:

- Agora acabou. – disse Helena.

- Quem me dera olhe para o Céu. – disse Solara.

- Eu não posso acreditar no que estou vendo. – disse Helena.

Continua...

Galera desculpe pela demora, mas como vocês puderam ver está muito grande e bem detalhado.
Sexta tem mais, um grande abraço a todos.

Promovam no Orkut e divulguem pelo MSN.

Vlw pessoal

Um comentário:

  1. haaa boa 06 bem melhor! conto ta ficando mais interessante, a narrativa envolvente tu conseguiu trabalhar com tres momentos de climax nesta parte, mas aidna tem uns erros de digitação embora tenha corrigido os erros de concordancia, usou aspectos reais pra enriquecer o conto, muito bom mesmo. Quero ver logo os outros personagens uahsuhas parabéns!
    ps: azdrel

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