quinta-feira, 5 de agosto de 2010

2 parte do conto da montanha das almas








O frio tomava conta do corpo de Helena, ela mal conseguia respirar, a sensação de que sua vida estava sendo drenada por aquele homem desconhecido a deixava paralisada. O homem apenas sorria maliciosamente e olhava fundo em seus olhos.

- Não, não me mate. – disse Helena.

- Mas eu não vou matá-la, minha querida. Eu quero que você venha comigo. – disse o homem

- Eu só quero ir embora, por favor, me deixe ir, senhor.

- Você só sairá daqui comigo, vou quebrar o seu espírito e atravessar junto de ti, mas você vai gostar, qualquer coisa deve ser melhor do que cumprir pena neste mundo como uma humana... Mas o que é isso?

Neste momento uma roda de fogo cercou o homem misterioso, Helena agora conseguia se mexer normalmente, foi quando ela olhou para o lado e viu uma garota que aparentava ter uns doze anos de idade, era loira, com olhos azuis, magra, com algumas sardas em sua bochecha que, de tão branca, chegava a ficar avermelhada com o frio, ela vestia uma camiseta branca com um short azul e um tênis preto, mas o que chamava atenção era uma espécie de bastão de madeira em suas mãos, a menina olhava alegremente para ela e foi logo falando rapidamente:

- Nossa, que bom que eu cheguei na hora, Helena. Mais um pouco e você já era. – disse a menina.

- Quem é você? – perguntou Helena.

- Eu sou Solara, sua única chance de viver de verdade. – disse Solara

- Única chance?... Viver de verdade?

- Não temos tempo agora, Helena, temos que sair daqui antes que ele se liberte. – disse Solara

- Mas como posso confiar em você? - Perguntou Helena

- Você prefere ficar perto do homem que está sugando a sua vida?

- Mas...

- Não precisa confiar em mim, apenas veja nos meus olhos. – Disse Solara

Helena encarou aquela garotinha por alguns segundos, e lembrou-se de que aquele mesmo rosto já havia aparecido em diversos sonhos em sua vida.

- Já está lembrando-se de mim, isso é um bom sinal - Disse Solara feliz

Solara pegou a mão de Helena e começou a correr pela floresta até chegarem numa pequena clareira. Solara fez um circulo no chão em volta das duas e disse:

- Bom, você vai sentir um frio na barriga.

- Como assim? – perguntou Helena

- Vamos sair daqui, vou fazer uma liberação para nos transportar para bem longe. Disse Solara

- Acho que quero desistir disso, Solara.

Mas já era tarde, Solara já havia cravado o bastão no centro do circulo e começou a recitar uma espécie de poema:

- ESPÍRITO DO VIAJANTE, A TI PEÇO O SEU PODER... TRANSPORTE-NOS!

Helena se sentiu como num elevador em alta velocidade, a imagem da floresta se distorcia e a imagem de um quarto ia se formando, em fração de segundos lá estavam as duas, num quarto empoeirado, com uma cama de casal com um lençol marrom bem gasto, o teto de telhas de cerâmica vermelha, enquanto o chão era de madeira com um grande tapete cinza no centro do quarto, ao fundo via-se uma escrivaninha, um guarda roupas e a porta que levava ao banheiro.

- Chegamos. – Disse Solara

- Onde nós estamos? Perguntou Helena.

- Numa cabana no interior, nas montanhas rochosas. – disse Solara

- Nossa, mas como foi que viemos parar aqui? – perguntou Helena.

- É meio complicado de explicar agora, mas por hora, mesmo sendo neste mundo, pra mim é possível me locomover desta forma.

- Eu estou confusa. – disse Helena

- Eu sei que é difícil pra você, nós estávamos em Toronto e agora estamos nas montanhas rochosas no interior, mas posso lhe garantir que nesta parte do Canadá estamos seguras.

- Eu quero ir pra casa, Solara. – disse Helena

- Definitivamente é o último lugar para se estar.

- Como assim “último lugar”? – perguntou Helena

- Através do rastro do seu espírito é possível saber tudo sobre você, já que você não possui nenhum tipo de proteção.

Helena não sabia o que fazer, diante dela uma garota que havia acabado de transportá-la para um lugar desconhecido e falava em espíritos e um homem que outrora lhe falara de prisão como uma humana, ela estava desnorteada e não sabia o que dizer para Solara, mas como se estivesse lendo seus pensamentos Solara falou:

- Não precisa ter medo de mim Helena e nem tampouco desta situação.

- Mas como não ter medo? Eu não sei quem é você e há poucos minutos eu senti como se fosse perder a minha vida. Disse Helena chorando.

- É uma longa história pra lhe contar Helena, mas não precisa se preocupar, eu vim aqui mandada para lhe levar para o mundo de onde você nunca deveria ter sido expulsa.

- Mas, Solara, como posso acreditar nessa loucura que você está me dizendo?

- Você tem que acreditar Helena, por que eu sou...Você.



Feito por Carlos Furtado

o contador de histórias


Editora Chefe

Nathalia Bruno



Galera sexta tem mais acompanhem comentem e promovam este blog.

até mais pessoal.

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